segunda-feira, 8 de julho de 2013

Luciferianismo


LÚCIFER

Em hebraico, (הילל בן שחר) Lúcifer significa ''estrela da manha'', ou ''estrela da alvorada'', ou ''luz da alvorada''. Todas estas expressões associadas ao planeta Vênus que antes da alvorada, aparece como a primeira fonte de luz.

Dizem as mitologias ocultistas , assim como algumas teses místicas hebraicas, que Lúcifer  era  o mais belo, sábio e poderoso ser criado por Deus, um querubim. Esse tentou  usurpar o trono do seu pai e ser igual a Deus, e por isso foi exilado dos Céus.

 Lúcifer possui doze asas brancas de invulgar envergadura, é o primeiro filho de Deus e foi criado a partir do fogo no primeiro dia da Criação, sendo que a sua sabedoria e esplendor eram inigualáveis.

Sobre Lúcifer, assim esta escrito no  Livro de Isaías:

"Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao Sheol, ao mais profundo do abismo.".
Isaías 14:12-15

Este texto representa, (a pretexto de se dirigir a um rei terreno), a própria historia de Lúcifer, o primeiro filho de Deus, (mais bela e sabia criatura, conhecida pelo cognome de «o portador da luz», a quem o Pai entregou o poder sobre a morte),  que se havendo rebelado contra o seu pai por a Ele se desejar tornar igual, acabou expulso do reino celestial, exilado para sempre no Sheol, ou o mundo dos mortos.

Por se opor ao seu pai e á tirania desse Deus HYHV, o seu filho exilado passou a chamar-se opositor ou adversário, que em hebraico se escreve: Satã. Satã não é por isso um nome que designa uma entidade em particular, mas antes um «titulo» ou um adjetivo que define todo aquele que de opõem ao deus HYHV.

Porque na verdade Lúcifer e Satanás são duas entidades diferentes, a Igreja na sua teologia oficial não considera  Lúcifer o Diabo, mas apenas um anjo caído -  Petavius, De Angelis, III, 3, 4

Lúcifer era um anjo de Luz que havendo-se rebelado contra o seu pai, gerou uma guerra celestial. Havendo-a perdido, Lúcifer e os todos os anjos que o apoiaram, (cerca de 1/3 dos anjos dos céus), foram banidos da presença de Deus e exilados no mundo dos mortos, ou Sheol. Lúcifer é também conhecido por ser o «portador da luz», pois é o anjo da sabedoria . Lúcifer tentou oferecer a sabedoria a Eva, dando-lhe a provar o fruto da arvore do conhecimento, (conforme no livro de gênesis), facto que acabou gerando a expulsão de Adão  e Eva do paraíso.

O Luciferianismo é um por isso um corpo teológico e teosófico de crenças professadas na figura de Lúcifer e do seu mito.

O mito de Lúcifer esta profundamente relacionado com a estrela da alvorada, ou seja: Vênus. Por isso, a figura de Lúcifer encontra-se profundamente relacionada com a sabedoria, a luz, a carnalidade e a liberdade.


O luciferianismo professa por isso a crença em Lúcifer enquanto um ser andrógino, um espírito do ar, que é portador da luz, ou seja: da iluminação e do esclarecimento que apenas a sabedoria pode trazer. Por isso mesmo, o nome Lúcifer também provém do termo do latim ''Luxi' e ''Ferre'', ou seja: ''aquele que transporta a luz'', ou: ''portador da luz''.

RITUAL DE AUTO-INICIAÇÃO AO LUCIFERIANISMO

Introdução
A iniciação é um ritual presente em quase todas as religiões do mundo, sejam elas representantes do Velho ou do Novo Aeon. Ela pode estar presente de forma explícita ou não; ser executada logo nos primeiros anos de vida do indivíduo (e assim este ser iniciado independente de sua vontade) ou quando este desejar tê-la; ser realizada através de um ritual hermético ou cerimonial.
O primeiro propósito da iniciação é colocar o indivíduo em contato com a egrégora da respectiva filosofia que ele está adentrando. Este passo cumpre-se em todas as iniciações, sejam elas voluntárias ou não. Porém o real objetivo da iniciação só é atingido com a escolha voluntária do iniciado: quando ele assume um compromisso consigo mesmo de vivenciar aquela filosofia. Para isso ele deve de livre vontade aceitá-la, pois nada que é imposto é vivido em sua plenitude. Quando utilizo a palavra "aceitar" não me refiro simplesmente ao ato banal de seguir dogmas pré-estabelecidos por outrem. Ao contrário: é de suma importância que ele descubra dentro de si qual sua verdade, mesmo que inicial, para assim aceitá-la e dedicar-se a aprimorá-la cada vez mais, até que possa descobrir sua verdadeira Vontade.
Sendo assim a iniciação pode ocorrer mesmo sem a realização de um ritual, já que é a aceitação de uma verdade e compromisso consigo mesmo para atingir determinada meta. A realização do ritual, porém, é um modo a mais de afirmar este compromisso.
Todos sabemos que é muito mais fácil trabalhar com elementos reais do que apenas mentalmente. Ao executar um ritual, estaremos envolvendo elementos físicos como símbolos, cores, palavras que refletirão em nossa mente, facilitando então alcançarmos nosso objetivo através de uma maior concentração, envolvimento... Mergulharemos mais profundamente dentro de nós mesmos e do próprio Cosmos, em todas as suas manifestações.
O ritual que forneço a seguir é uma sugestão de um auto-ritual de iniciação Luciferiana. Seria interessante o leitor mudar o que achar necessário para se adaptar à sua própria filosofia, caso deseje realizá-lo.

Ritual
Preparação do Templo

Deve ser traçado um círculo na cor verde grande o suficiente para que dentro dele possa ser  montado o altar. Ele não pode atrapalhar os movimentos durante a execução do ritual.
O altar deve situar-se ao leste, e acima deste devem estar os seguintes materiais: três pequenas fontes dispostas como vértices de um triângulo eqüilátero, uma vela negra disposta ao centro, uma adaga, um cálice contendo vinho tinto, uma corda representando o açoite (caso não possua um), um recipiente contendo óleo de oliva, outro contendo sal e uma imagem de Serpente ou Dragão.
Ao redor do círculo, em seu lado externo, devem ser acesas 11 velas vermelhas, distribuídas de forma eqüidistantes. Dentro do círculo devem ser colocados, nos pontos cardinais: trigos (ao norte), uma vela (ao sul), incenso (ao leste) e um recipiente com água (ao oeste).

Outros materiais necessários

Uma rosa vermelha, uma coroa confeccionada com folhas de louro, vestes nas cores branca e dourada. Estas vestes, compostas por um robe branco adornado de dourado, devem ser colocadas dobradas perto do altar.
O Ritual
Este ritual exige um local em que a/o aspirante tenha completa privacidade.
Ele/a deve estar  nu/a no centro do círculo com os braços abertos em forma de cruz. Na mão esquerda encontra-se a rosa vermelha. Em sua cabeça deve estar a coroa. Nesta posição deve se manter durante alguns minutos enquanto visualiza uma corrente contínua de luz descendo sobre sua cabeça, passando para seu corpo e este distribuindo-a para todo o círculo, que se preenche de luz enquanto fora dele há apenas trevas. Quando sentir o círculo saturado por esta luz deve então dirigir-se ao altar e dizer, depositando a rosa:

A ti, oh bela ASTAPHE, ofereço-te esta rosa escarlate, da cor de teu amado. Que sua luz ilumine e guie meus caminhos tanto nesta noite ainda mergulhada em trevas como na aurora que está a ser  anunciada.

A seguir deve, em sentido anti-horário, posicionar-se ao Norte.
Após traçar o pentagrama de invocação da terra, mantrar o nome Zimimay.
Ao Oeste deve-se traçar o pentagrama de invocação da água e mantrar o nome Corson.
Ao Sul deve-se traçar o pentagrama de invocação do fogo e mantrar Gaap. Ao Leste traçar o pentagrama de invocação do ar e mantrar Amaymon. Retornar ao centro do círculo na posição inicial e proclamar:

A Vós convoquei, oh Grandes Reis, para que assistam-me em minha revelação a vós. Que meu grito ecoe por todo o CHAOS. Que todo ser do Cosmos saiba quem sou. Sou um(a) filho(a) de Deuses, possuindo a divindade em mim. À mim as estrelas brilham, à mim os ventos cantam, à mim as flores enfeitam os caminhos. Pois Eu sou aquele(a) que é filho(a) de Lúcifer, cuja essência encontra-se em toda a criação. Nele foi meu princípio, nele será meu fim. Minha Vontade é voltar a Ti, oh Pai, e aqui selo meu compromisso contigo. Pai ilumina-me com teu conhecimento; Mãe banha-me com Teu sangue. À Vós adoro pois encontrei-os em mim mesmo(a).
Assistam o renascimento da Estrela da Manhã, sob o signo de fogo da estrela de cinco pontas! À mim toda a criação curva-se em respeito, louvor e devoção”.

Dirija-se ao altar. Pegue um pouco do sal e coloque na fonte superior. Pegue mais um pouco e jogue sobre a chama que se encontra ao centro e diga:

Que a constância do Sal se reflita em meus pensamentos”.

Pegue a adaga e coloque-a sobre o lado direito do peito, de maneira simbólica, dizendo:

Que o sangue que preenche o cálice seja o mais puro e divino”.

Devolva ao altar. Pegue no açoite e diga:

Que meu corpo lembre-se que na severidade também se encontra o amor”.

Devolva ao altar. Pegue a taça e diga:

Que o entendimento traga a harmonia”.

Beba e então devolva ao altar. Vista as roupas que estão ao lado do altar. Por fim pegue o frasco com óleo e passe um pouco sobre a cabeça, dizendo:

Por minha Vontade consagro-me à Grande Obra, e assumo o lugar que tenho nela por direito.  A partir deste momento não apenas mais recebo luz, mas a emano de mim mesmo (a). Conheçam-me por quem sou, lembrem-se de meu nome: ......................... (diga o nome que deseja assumir).

Agradeça e dê a ordem de partida a todos os seres presentes, em especial aos quatro grandes Reis.

Apague a vela do altar e em seguida as que estão ao redor do círculo.


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